A importância de calcular a taxa de esforço e como o fazer
Quando vai pedir um crédito habitação ou um crédito pessoal, é normal que seja analisada a capacidade de pagar as mensalidades do empréstimo. A isso, chama-se taxa de esforço.
Influência a aprovação do crédito e os juros que são aplicados. Afinal, este indicador ajuda também a prever o risco de o cliente não cumprir com o contrato.
É por isso que as instituições financeiras pedem comprovativos de IRS e recibos de vencimento quando solicita um financiamento.
A verdade é que através destes documentos os bancos conseguem calcular esta taxa e, assim, decidir se concedem, ou não, o crédito em questão.
As instituições financeiras têm cada vez mais critérios rigorosos que são obrigadas a seguir para disponibilizarem um empréstimo. Para isto, solicitam alguns documentos que permitam avaliar o histórico de consumo.
Depois de uma análise meticulosa, conseguem determinar se o pedido de empréstimo em questão é demasiado elevado para o consumidor.
Sabe como fazer o cálculo desta taxa? Se não sabe, acompanhe o artigo e saiba tudo o que precisa sobre o tema.
Taxa de esforço: O que é?
De forma simples, é a percentagem do rendimento total do agregado familiar que se destina ao pagamento de créditos.
No fundo, ajuda a perceber qual é o rendimento que está disponível para fazer face às despesas do dia a dia, após o pagamento das obrigações mensais com créditos previamente obtidos.
Esta taxa não deverá ser superior a 33%, ou seja, um terço do rendimento total do agregado familiar.
Cabe ainda salientar que no caso de um crédito habitação, pelo facto de se tratar de um empréstimo de valor muito elevado, este valor baixa para 30%.
Isto faz sentido na medida em que a prestação da casa costuma ser o maior encargo mensal do orçamento familiar.
Assim, consegue-se evitar futuras situações de sobre-endividamento em caso de emergências no contexto económico das famílias, como situações de desemprego ou de doença prolongada.
Como é feito o cálculo?
Já sabemos que, ao calcular a taxa de esforço consegue avaliar a sua capacidade para cumprir os compromissos financeiros que assumiu ou pretende assumir.
Mas, como é realizado este cálculo? Trata-se de uma conta muito simples! Podemos resumi-la da seguinte forma:
- Encargos financeiros mensais / Rendimento mensal líquido x 100 = Taxa de esforço.
Nos encargos financeiros deverá considerar o valor que paga mensalmente em todos os créditos, automóvel, habitação, pessoal…
Nos rendimentos mensais, deverá incluir o seu salário líquido, os rendimentos de rendas, a sua pensão (caso seja pensionista), bem como outros rendimentos mensais fixos que declara no IRS.
O resultado será em percentagem que indica quanto do seu orçamento mensal é usado para pagar créditos.
Para facilitar a compreensão, considere este exemplo prático:
Se o seu ordenado for de 1000€ líquidos e tiver um encargo em créditos de 200€, a sua taxa de esforço é de 20%.
Segundo o Banco de Portugal, esta taxa não deve superar os 35%. Ou seja, não deve gastar mais do que um terço do seu salário em prestações de crédito.
Caso surjam dificuldades em pagar os créditos, deve ponderar renegociar as condições do seu contrato junta da instituição credora.
Isto deverá ser feito o mais cedo possível, antes de uma situação de incumprimento no pagamento das prestações dos créditos.
Por fim, a nossa dica é que antes de finalizar a contratação do crédito faça imprescindivelmente o cálculo da taxa de esforço, bem como analisar as condições financeiras para a obtenção do empréstimo.